quarta-feira, 23 de março de 2011

Porque devemos estimular a independência em nossas relações?

Muitas vezes me deparo com relações completamente co-dependendes. O mais interessante é que as pessoas nem mesmo percebem o quanto estão estimulando esse tipo de relação.
Na relação mãe e filho, por exemplo, esse laço é estimulado ao extremo. São mães, pais e filhos que dormem na mesma cama. São mães (ou pais) que assumem abertamente que não ficam longe de seus filhos (“porque são muito ligados”)...
Na relação entre parceiros, esse tipo de convivência também é muito comum. Pensamos: "Temos que fazer tudo juntos", "Temos que gostar das mesmas coisas", "Temos que viver grudados", porque senão não é amor. 
Nas relações de amizade e até mesmo nas relações de trabalho, esse tipo de simbiose também acontece.
Em resumo, achamos que se não formos onipresentes na vida do outro, o outro se esquecerá de nós e a relação terminará.
Que inocência. A relação pode acabar (ou não) mesmo que fiquemos 24 hs do dia grudados. O fato de dependermos do outro, ou do outro depender de nós, não é condição para manter uma relação.
Ao contrário, quanto mais procuramos que o outro preencha um espaço em nós mesmos, menos isso ocorre. Uma relação que era para ser um complemento na vida do outro, acaba virando a vida em si.
O buraco dentro de mim, tem que ser preenchido por mim mesmo. Não por um filho, um amigo, um amante... Se busco no outro me completar é porque não estou completo. E preciso estar completo para amar verdadeiramente.
Portanto, deixemos o outro livre e também sejamos livres. A liberdade traz com ela a escolha diária e talvez essa seja a nossa maior dificuldade. Quanto mais livre eu for, maior liberdade posso dar para aquele que está comigo. E quanto maior for a liberdade do outro, mais certeza terei de que o outro está ao meu lado por escolha própria.
Não é melhor assim?

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